O ódio e suas portas.

O ódio  esgota cada boa célula do corpo da gente.

Se zangue, mas não  me odeie...

Se me jogar para fora de casa com tudo o que tenho

Deixe lá ao menos a minha manta rosa

Deixe a janela aberta

Uma cadeira a mais para um dedo de prosa.

Porque senão  fechares todas as entradas

Tu também  serás  livre para sair da dor que te causei

Poderás  te cobrir com a manta rosa da fria solidão

E se a cadeira a mais ainda ficar, pode ser que um dia

Alguém se sente novamente nela, tornando a tua vida novamente bela.

Me perdoe para teu próprio  bem...

Mas se esse pedido for demasiado além...

Ai menos não me odeie, porque eu sou tu também.

Expectativas

Não pode deixar-se secar o solo que recebe uma semente.

Diante da confiança que em si é colocada, só  pode ser resiliente.

Se a semente de si depende

Se a mão do agricultor de ti espera

A esperança que em si acende

A terra geme até  que a flor prospera.

E não  é  assim também com a gente?

Quando alguem em nós  confia

Nos esforçamos gememos e choramos 

Até lhe sejamos correspondentes.

A confiança de alguém é  sempre algo imerecido

E algo em nós quer se fazer digno

Então nos esforçamos para alcançar objetivos

Que não sabiamos conseguir alcançar.

Mas para quem dá-nos seu voto de confiança

Mais que isso nada faz,

Enxerga em nós um reflexo no espelho que não conhecemos

O reflexo de que cada um de nós é  mais do que capaz.

Assim como a terra abriga a semente

Abrace teus sonhos

Ainda que pareçam imprudentes

Ou um desvaneio risonho.

Tão lógico  como essa analogia

Se ninguém  te disse algum dia

Diz-te essa poesia...

Esforça-te és  mais do que capaz, 

És mais  que suficiente 

Sei que ainda não  o entendes

Mas inspiras quem vem de ti atrás

Tu és  mais que merecedor

Continue com o esforço

O gosto da vitória para ti será doce

Como o fruto gerado na terra

Da semente dada pelo  agricultor.

O amor

Amar é apartar-se quando já não cabem duas pessoas ocupando a razão.

Amar é um boa noite de punho fechado em lugar de um beijo demorado. 

Amar não é paixão, não é o toque excessivo e caloroso, amor é quando só de estar presentes a alma já se acalenta.

O amor requer amadurecimento e só acontece quando as almas não suspiram uma pela outra, quando o estar a vontade é real e a ausência é um abismo.

O amor só acontece quando a musa desce do pedestal e destrói a pintura. Quando nosso amor sai da lente turva de quem nos ama. Amar é rabiscar essa pintura, rasgar um pouco a tela, salpicar ao calhas as lágrimas perdidas... Amar é borrar o rancor e admitir que não se é perfeito sem se sentir diminuído ou acreditar ser um devedor.

O amor é quando a musa parte o espelho, quebra a ponta do lápis, esconde a borracha... Amor é quando a obra de arte está destruída, mas não pode ser substituída. Continua ser Arte, continua ser Obra, continua ser Sua...

Não desista do amor porque ele já não parece ser belo, forte ou flamejante, o amor é quando a musa some, e rouba os pincéis, leva as tintas... E sobra apenas a obra e o artista contemplando a mais significativa obra da vida. O amor. 

As Palavras.

As palavras

 Não subestime o poder das palavras,

As vezes são bálsamo e as vezes são armas...

Do momento que saem dos nossos lábios,

Até que chegue ao seu destinatário, 

ficam no ar a flutuar...

Flutuam como uma névoa tóxica, procurando a quem envenenar...

As palavras são bálsamo ou armas,

E  isso depende que quem as escutar.

Também são cordas invisíveis no ar

Que nos procura num lance inesperado

na armagura do interprete enganado,  ansiosamente  enforcar.

As palavras são bálsamos ou são armas.

E até aquelas que não são pronunciadas

Dançam dentro de nós para se libertar.

As palavras não ditas de bálsamos são malditas, esquecidas num frasco de compota vencida, 

eram para ser doces, mas estão lá a azedar..

As palavras de bálsamos não ditas 

São  como um puzzle com uma peça perdida, debaixo do sofá esquecida, 

Sendo, assim, impossível de o completar...

As palavras são bálsamos ou são armas, armas que ferem, mesmo que a bala não esteja lá, mesmo que o corpo já estivesse morto, mesmo que o tiro não foi nosso, as palavras estão lá para nos incriminar. As palavras são bálsamos ou são armas, são gentis ou malvadas, devem ser cautelosamente estudadas, 

Como numa investigação criminal ANALISADAS. 

E, ainda sim, é preciso muito zelo para as usar.

Não subestime o poder das palavras as vezes são bálsamos as vezes são armas.

(De volta após séculos, dizem que o nosso primeiro amor nunca morre, e cá estou novamente.) 

Que saudades de escrever.

Que saudades de escrever.

Olha até onde cheguei...

A felicidade estava onde não procurei...

O tesouro sem querer encontrei.

Que saudades de escrever, 

Quero reconstruir a vírgula onde parei

Sabendo que a mesma nunca serei...

Mas já satisfeita com quem me tornei.

Que saudades de escrever...

Porque os poetas da vida perderam o brilho.

Porque o sonho e a realidade ganharam o equilíbrio.

Porque só sofre quem não sabe perder.

Que saudades de escrever, 

Porque abandonei o que me angustiava...

Porque o medo deixei na estrada,

Num caminho que jamais voltarei.

Que saudades de escrever,

Ainda sem ter ninguém para ler...

Que saudades de escrever...

Porque escrever nunca teve a ver com nada...

É para mim um espelho, onde as letras podem me ler.

Que saudades de escrever...

2 Co 12:9-10

2 Co 12:9-10 "(...) A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza... (...) Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte."

A dependência de Deus é a força do servo do Senhor.
Reconhecer as nossas limitações nos ensina a ser humildes, sábios e prudentes. Quanto nos iludimos ao pensar que somos bons em algo, que o que temos foi algo que conseguimos com a força do nosso braço, que somos merecedores daquilo que temos de bom e injustiçados quando algo acontece de ruim. Mas a Bíblia diz que toda boa dádiva que recebemos vem das mãos do Senhor (Tiago 1:17).
Quanto nos iludimos ao acharmos que somos merecedores de algo e ás vezes até mais merecedor do que os outros. Mais dignos do que o irmão.
Quanto nos enganamos ao apontar (com o intuito de humilhar ou se sentir superior) o pecado do irmão como se não tivéssemos susceptíveis a cair no mesmo erro. A Bíblia diz "aquele que está de pé cuidado para que não caia" e "tira a trave que está em seu olho para depois enxergar e tirar o cisco no olho do irmão". (Mateus 7:5)
Acreditar em nós próprios nos faz arrogantes, prepotentes, egoistas e egocentristas e num cenário desse Deus se recusa a atuar, pois Deus não divide sua glória com ninguém. "Deus resiste o soberbo e dá graça ao humilde ."(Tiago 4:6)
Reconhecer as nossas fraquezas perante o Senhor nos trás inúmeros benefícios... vamos citar apenas três : 1. Ao reconhecermos o nosso limite não nos propomos a fazer mais do que a nossa capacidade permite, não nos sentimos frustados, desanimados ou insatisfeitos com nós mesmos.
2. Olhamos as limitações do próximo com mais empatia e compaixão, pois também somos limitados... e assim praticamos o amor pregado por Cristo.
3. Só quando reconhecemos o nosso pecado, a nossa limitação física, a nossa fraqueza espiritual e pedimos auxílio ao Todo Poderoso a Sua graça nos é revelada, a Sua força nos invade e nos leva a atingir alvos impossíveis para nós.
Com Deus "quando sou fraco, então sou forte"!

2 Co 7:10

2 Coríntios 7:10
"Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte."

Minha mãe me dizia "Se eu não corrigir a sociedade irá", pois é assim como uma mãe Deus ama seus filhos e deseja o melhor para cada um de nós.  Acontece que como crianças, nem sempre sabemos o que é melhor para nós,  não sabemos, mas achamos que sabemos.
Uma palmada pode doer,  mas quando dada por alguém que nos ama nunca é dada por maldade, vingança,  ódio...
Já a palmada que a "sociedade" (como minha mãe dizia, ou o "mundo" como diz a Bíblia não é uma palmada de amor... porque no mundo não há compaixão.
Deus as vezes nos coloca em situações complicadas, ou apenas permite que aconteçam para que aprendamos algo com o sofrimento, com o aperto financeiro,  com a solidão.  Não porque Ele quer se vingar de nós,  mas porque vamos precisar de saber algumas coisas que essa situação nos ensinará lá na frente. Deus é um Pai amoroso e mesmo em meio as nossas aflições se compadece de nós... e ao nosso primeiro pedido de socorro nos atende, nos ajuda.
E mesmo que você e eu pensemos que o sofrimento é maior que nós Deus nos garante 3 coisas: 1. Ele não nos dá situações as quais não conseguimos aguentar... 2 . Ele mesmo mandou o Espírito Santo para nos consolar, auxiliar guiar, ou seja não estamos sozinhos.
3 . No fim das contas para além de aprendermos somos recompensados por Deus com mais do que aquilo que sonhamos.
Portanto amados permaneçam firmes!